miércoles, 14 de octubre de 2009

EL MATE, COSTUMBRE URUGUAYA




Serie documental uruguaya en DVD que abarca buena parte de los grandes temas que conforman la identidad nacional (el mate, el fútbol, el candombe, la semana de turismo, el tango, el asado, San Cono y la quiniela, la feria de Tristán Narvaja). Ver más en www.hachaytiza.com/mediotanque

viernes, 9 de octubre de 2009

LENGUAJE DEL MATE

Matear

"Matear", es decir, tomar mate en rondas de mate, es toda una ceremonia con un específico lenguaje del mate, aunque —como en todo lenguaje— pueden darse variaciones según el contexto y la región.

Aunque en Argentina y Uruguay es común la frase "un mate no se le niega a nadie", se verá que tal expresión no es absoluta.

Ensillar el mate

Ensillar el mate es el acto de sacarle un poco de yerba (no toda) y agregarle un poco más. Con esto se logra que el mate mantenga el sabor un poco más de tiempo (si es que uno no quiere volver a prepararlo completo).

Mate del sonso

El mate inicial que se entrega primeramente a una persona en una ronda de mate es llamado mate del sonso (zonzo = tonto) ya que se considera a tal mate como demasiado fuerte y aún sin el gusto o "bouquet" apropiado, generalmente lo toma el cebador mismo, o se lo descarta.

Dar gracias

En Paraguay, Uruguay y Argentina, además de en el sur de Chile, decir "gracias" en el momento de devolver el mate al cebador, quiere decir que ya no seguirá tomando.

Puentear

Es grave ofensa que en una ronda de mate el cebador (y especialmente la cebadora, ya que en las "mateadas" si hay una mujer, se le suele dejar el honor de ser la distribuidora de la infusión) omita o "puentee" a alguien, tal persona omitida o "ninguneada" o "puenteada" o "castigada una vuelta" en el lenguaje del mate es considerada como totalmente despreciada. (En gran parte del campo argentino y uruguayo, se acostumbra a que cebe el mate el propietario del mismo, y no necesariamente la mujer. Se considera ofensivo cebar mates ajenos sin permiso).

Un gesto de rechazo hacia alguien puede ser ofrecer ostensiblemente el mate con la bombilla apuntando "hacia atrás" (en dirección opuesta a quien va a recibir ese mate) para esto existe la expresión gauchesca: «con bombilla hacia atrás pa' que no volvás».

Mate largo

Se llama "mate largo", "alargar el mate" o "dormir el mate" cuando alguien retiene por un tiempo relativamente prolongado el mate antes de entregarlo a la persona a la cual le corresponde el turno, es una señal de desdén hacia tal persona. Otro uso que se le da a esta frase es para indicar que el mate tiene poca yerba y mucha agua. En Paraguay suele hacerse la broma de decir "Largá el mate que no es micrófono" para indicarle a uno que ya retuvo el mate en manos por un buen tiempo, y que se apresure en terminarlo para seguir la ronda. En ese caso se dice en Argentina: ¿Le estás enseñando a hablar?

Mate caliente

Antiguamente, si la mujer ofrecía a alguien un mate caliente —aunque no hirviente— o dulce solía entenderse que esa mujer estaba demostrando amor. Otras formas de expresar el deseo ha sido o es (en algunas zonas se mantiene vigente) el endulzar el mate (en momentos o situaciones en que se bebe amargo), o añadirle ingredientes como el toronjil.

El del estribo

Es el último mate que se le ceba a una persona antes de irse del lugar en donde está la ronda. Del estribo por aquello de subirse al caballo: era el último, antes de subirse al caballo e irse.

Quedarse rengo

Comúnmente existe la expresión 'quedar rengo' cuando una persona ha bebido un sólo mate, y antes de marchar, desea y pide tomar un mate más para no 'quedar rengo', es decir, un mate para cada pierna.

(Fuente: Wikipedia)

sábado, 27 de junio de 2009

Outra canha pa' um viejo

-Pulpero uma canha
Pra o consolo de uma pena!

Que com a ponta da adaga
Una mechita de pelo
Cortó rente al cuero
Hace mucho una güaina.

Desarrollando un bagual
Lá pra ao lado da canhada
havia uma lagoa empastada
Entre seibos e sauzal.

Pois era ainda moço
Quando deu-me o regalo
Que ainda trago entrelaçado
Nas rédeas do bocal.

- Pulpero outra canha!
De bolcar pros costado
Pois a güaina que falo
Me desvia o olhar.

Nem parece aquela
Qual guardei tantos besos
E me jurava com resos
Um amor imortal.

E por culpa da dor
Até o zaino da encilha
Que era florão da tropilha
Deu mancarrón ao enfrenar.

Desculpe a insistência
Deste viejo torena
Mas pulpero outra canha
Pra o consolo de uma pena.

miércoles, 24 de junio de 2009

Chimarrão do Estrivo


Mate do estrivo bendito,
Amargo que a gente chupa,
Já de poncho na garupa
Para a tropeada do mundo,
Algum mistério profundo
Te revirou do avesso,
Porque és doce no começo
E tão amargo no fundo!

Quantas vezes te chupei
Junto ao cavalo encilhado,
Tendo a china no costado
Tristonha na despedida,
Sem pensar - velha bebida! -
Que ao te golpear sem rebuços,
Ia bebendo os soluços
Daquela prenda querida!

Velho mate carinhoso,
Encilhado de erva mansa,
Quando uma China te alcança,
Olhando quieta pra gente,
Deve pensar, certamente,
Que depois de um beijo longo,
O adeus é como o porongo
Que fica frio de repente!

Mil vezes te amanunciei,
No pingo meio oitavado,
Entre um pedido, um recado,
De uma mana ou de uma prenda...
Pois sempre alguém recomenda
Quando a gente é meio novo
Que não se meta em retovo
Junto aos gaudérios de venda!

E depois quando parti-me
Do Pago, campeando a sorte,
Eu te chupei, mate forte,
Bem junto do parapeito,
E fui saindo, sem jeito,
Dando rédeas ao gateado,
Mas te guardarei bem cevado
No porongo de meu peito!

Decerto é por isso mesmo
Que quando evoco a Querência
Eu te sinto, com violência,
Nas veias em atropelo,
E até me ouriça o cabelo.
Pois do meu ser primitivo,
Aquele mate do estrivo
Foi o último sinuelo!

E ao bom Deus que é rio-grandense
Sempre peço, enquanto vivo,
Um chimarrão para o estrivo
Quando chegar o meu fim.
E se Ele quiser assim,
Vá destacando uma china
Que lá na Estância Divina
Prepare o mate pra mim!


Poema de Jayme Caetano Braun,
Foto de Eduardo Amorim.

martes, 23 de junio de 2009

Chimarrão [2]















Amargo doce que
eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Da gente do meu rincão.

Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua,
E o perfil da lança nua,
Encravada na coxilha,
Apontando firme a trilha,
Por onde rolou a história,
Empoeirada de glórias,
De tradição farroupilha.

Em teus últimos arrancos,
Ao ronco do teu findar,
Ouço um potro a corcovear,
Na imensidão deste pampa,
E em minha mente se estampa,
Reboando nos confins ,
A voz febril dos clarins,
Repinicando: "Avançar"!
E então eu fico a pensar,
Apertando o lábio, assim,
Que o amargo está no fim,
E a seiva forte que eu sinto,
É o sangue de trinta e cinco,
Que volta verde pra mim.

Poema de Glaucus Saraiva.

lunes, 22 de junio de 2009

Chimarrão

Velho porongo crioulo,
Te conheci no galpão,
Trazendo meu chimarrão
Com cheirinho de fumaça,
Bebida amarga da raça
Que adoça o meu coração.

Bomba de prata cravada,
Junto ao açude do pago,
Quanta china ou índio vago
Da água seu pensamento
De alegria, sofrimento,
De desengano ou afago.

Te vejo na lata de erva
Toda coberta de poeira,
Na mão da china faceira
Ou derredor do fogão,
Debruçado num tição
Ou recostado à chaleira.

Me acotovelo no joelho,
Me sento sobre o garrão
Ao pé do fogo de chão,
Vou repassando a memória
E não encontro na história
Quem te inventou, chimarrão.

Foi índio de pêlo duro,
Quando pisou neste pago,
Louco pra tomar um trago,
Trazia seca a garganta,
Provando a folha da planta,
Foi quem te fez mate-amargo.

Já foi bebida selvagem
E hoje és tradição,
E só tu, meu chimarrão,
Que o gaúcho não despreza
Porque és o livro de reza
Que rezo junto ao fogão.

Embora frio ou lavado,
Ou que teu topete desande,
Minha alegria se espande
Ao ver-te assim meu troféu,
Quem te inventou foi pra o céu
E te deixou para o Rio Grande.

Poesia de João da Cunha Vargas

Foto de Edelweiss Bassis

viernes, 19 de junio de 2009

Meus Mates

Fiz um mate mais comprido
porque sei que ela não vem;
foi daqui a um par de dias,

deixou a casa vazia
e o meu coração também.

Vou gastando os maus momentos
nesses mates demorados;
sem porque, sem um aviso
foi levando o meu sorriso,
os avios, o meu passado.

E eram tantos mates curtos
cevados nas nossas mãos;
seu adeus amarga a vida,
os versos, o chimarrão.

verdes olhos, verdes mates
de quem foi pra não voltar;
flor gaúcha que colhi,
era tão lindo isso aqui.
como vou viver sem par?

Adílson Moura

jueves, 18 de junio de 2009

Roda de Chimarrão


Esquentei a água no fogareiro do boitatá

tô cevando um mate com erva boa da barbaquá.
E vâmo charlando e contando causos que "já lá vão",
é o sabor do pampa, de boca em boca, de mão em mão.

Acendi uma vela, que é pro negrinho nos ajudar,
a encontrar as estórias, porque a memória pode falhar.
E sabedoria é fechar o amargo e viver em paz,
mate e cara alegre, porque o resto a gente faz.

Puxa um banco e senta que tá na hora do chimarrão,
é o sabor do pampa de boca em boca, de mão em mão.
Puxa um banco e senta vem cá pra roda de chimarrão,
vem aquece a goela e de inhapa a alma e o coração.

(...)

(Kleiton e Kledir Ramil)

miércoles, 17 de junio de 2009

ZAMA NO QUERÍA MATE.



"En la tarde siguiente estaba en el salón con una compleja tarea de bordado. Empleaba fragmentos de seda de diferentes colores. Por esto y a causa de que el género excedía en mucho el tamaño del bastidor, exigiendo que alguien lo sostuviese para que no anduviera por el suelo, junto a Luciana encontré a una mestiza.
No importaba su presencia razón suficiente para quitarme ánimos, salvo que sospeché una estudiada estrategia, cuando pasando un rato, otra criada empezó a traer mate con periódica puntualidad.
En la quinta o sexta vuelta de mate me declaré satisfecho, por alejar siquiera una de las vigilantes; pero muy pronto regresó con una jarrita de licor que sirvió en copas diminutas.Como el contenido de cada copita era escaso, lo vacié muy pronto, por tres veces, hasta percibir que eso daba motivos a la criada para ser presentada sin ser llamada a servirme de nuevo.Dejé intacta la última porción y, de tal modo, en algunas inspecciones más,tuvo que persuadirse que no precisaba más de sus servicios".


"ZAMA"
Antonio Di Benedetto
argentino (1922-1976)

domingo, 24 de mayo de 2009

DOMINGO SIN MATE



Elegía extra



Hoy
un domingo
como cualquier otro
uno de esos
que Dios ha reservado
para el mate
la radio despacito
para el amor
repetido en los parques
para el descanso
el vino
y el Estadio
para la dulce farra
de la siesta
precisamente hoy
un domingo cualquiera
debo abrir puertas
de silencio horrible
debo juntarme
con mi aburrimiento
debo enfrentar mi mesa
empecinada
asquerosa de tinta
y de papeles.
El sol allí cerquita
sucio domingo
pienso
yo a veces di consejos
claros como setiembre
yo me hice mala sangre
hasta la madrugada
¿y ahora qué?
ahora
espesos y rituales
Gardel y un alboroto
bajan del sexto piso
el sol va recorriendo
tranquilamente
el muro
y yo como un intruso
yo como una pieza
dislocada
yo frente al miedo
de la Ciudad Vieja
más allá del fervor
y el pesimismo
porque a mis dedos
ya
nadie los mueve
y quedan más planillas
más planillas
más inmundas planillas
todas
con siete copias.



Mario Benedetti

Poemas de la oficina (1953-1956)


http://www.literatura.us/benedetti/oficina.html



“Por aquella época aparecen también los Poemas de la oficina y recuerdo una página entera de Marcha en que Rodríguez Monegal adelantó una sección. Fue un impacto para Montevideo, nada acostumbrado a esa poesía accesible y conversacional, y no obstante rigurosa. Un hecho inédito se dará: con Benedetti resultaba fácil leer poesía en los ómnibus. “Es una lástima que no estés conmigo/ cuando miro el reloj y son las seis/ Podrías acercarte de sorpresa/ y decirme “¿Qué tal?” y quedaríamos/ yo con la mancha roja de tus labios/ tú con el tizne azul de mi carbónico”. ¡Oh, no es sublime! (ni trata de serlo). Pero rompe con naturalidad y encanto discreto la capa de albayalde que almidona tanta prestigiosa poesía de amor. Consecuencia inmediata: la tendera de Caubarrère y el estudiante de Academias Pitman se sintieron incluidos en el texto, no como de costumbre excluidos. Esa poesía cotidiana los ponía en el lugar que antes poblaban corzas y gacelas. (...) Mario consigue que la poesía ingrese en el comercio de los hombres. (...) La voz horizontal de Mario nos expresaba a todos, sin avillanarse ni regalarnos nada. Diciéndonos lo que todos sentíamos pero... nadie había dicho.

Hugo Alfaro


http://www.ucm.es/info/especulo/numero29/benedett.html




Imagen:

http://es.noticias.yahoo.com/fotos/diapositivas/fotos-mario-benedetti.html



martes, 19 de mayo de 2009

UNOS MATES EN LA TREGUA




Domingo 17 de marzo.

...Volví a casa, dormí la siesta y me levanté pesado.Tomé unos mates y me fastidió que estuviera amargo.Entonces me vestí y fui de nuevo al Centro. Esta vez me metí en un café, conseguí una mesa frente a la ventana. En un lapso de una hora y cuarto pasaron exactamente treinta y cinco mujeres de interés. Para entretenerme hice una estadística sobre qué me gustaba en ellas. Lo anoté en una servilleta de papel. De dos me gustó la cara; de cuatro el pelo; de seis el el busto; de ocho las piernas; de quince el trasero. Amplia victoria de los traseros.



Mario Benedetti
La Tregua


Foto: Benedetti,una vida en imágenes

http://www.elpais.com/fotogaleria/Benedetti/vida/imagenes/6476-1/


miércoles, 13 de mayo de 2009

GÜIRALDES SEGÚN BORGES


Transcribo aquellas palabras de Borges, quien me dijo: «Fue muy raro el destino de Güiraldes. Recuerdo que había escrito un verso en broma, imitando a Lugones…Y luego publicó “Don Segundo Sombra” y recibió el espaldarazo de Lugones. Pero a él no le gustaba su libro. Decía: “Es una criollada y yo estoy harto de criollos”».

Cuando le pregunté por qué no le gustaba, Borges me respondió: «El decía: “este libro ha tenido mucho éxito porque habla de gauchos, pero yo estoy harto de gauchos y voy a hacer libros muy distintos”. Y entre ellos publicó una novela muy mala que se llamaba “Xaimaca”, y que todo el mundo trató de leer. El creyó que era su libro. Pero después vino la consagración con “Don Segundo Sombra” y esa canonización de Lugones y enseguida se fue a París y allá murió».

Proseguía Borges: «Una vez le pregunté a Güiraldes por qué había usado en el libro las palabras gaucho y pampa, que en el campo no se usan nunca. Y él me dijo que usó esas palabras porque escribía para porteños, no para peones». Y de inmediato, Borges recordó una frase, célebre, de Groussac, quien dijo que Güiraldes tenía que estirarse el poncho para que no le vieran la levita, y agregó: «En esa época nadie usaba levita. Yo creo que eso tiene que ser una broma hecha contra Hernández, que reeditó Groussac. De lo contrario es anacrónico que en el año 1926 se hable de levita. De modo que yo pienso que es una broma vieja, que Groussac aplicó a Güiraldes. Porque él dijo: “Es un libro cimarrón, escrito por un hombre de sociedad, pero tiene que estirar el poncho para que no le vean la levita”».

Por cierto, “Don Segundo Sombra” legó a la memoria de los hombres un ayer en disolución. Y Ricardo Güiraldes, poeta, novelista y cuentista, nacido en Buenos Aires en 1886 y fallecido en 1927, sigue vivo no tanto por la incorporación de las técnicas de la vanguardia europea a su universo poético y narrativo, sino por la decantación lograda en este libro que escribió durante años. Es un clásico del criollismo, donde el lector, al abrirlo, recupera aquel gaucho manso, sus andanzas y melancolías.



Ricardo Güiraldes según Borges

Ruben loza Aguerrebere


http://revista.libertaddigital.com/ricardo-giraldes-segun-borges-749.html



jueves, 16 de abril de 2009

TRES AMARGOS PARA DESPERTAR


Horacio me despertó bruscamente sacudiéndome por los hombros.
Mi primer pensamiento fue para el día anterior: mi huida, el éxito de mi treta para preceder a Don Segundo en la estancia de Galván, la recepción de Goyo y la presentación que hizo de mí a la peonada como mensual nuevo, el incidente de la mesa.
Alboreaba, y ya por la pequeña ventana vi rociarse de tintes dorados las nubes del naciente, largas y finas como pétalos de mirasol.
Bajé los pies del catre, me levanté con esfuerzo sobre las piernas blandas como queso, ajusté mi faja, me rasqué los ojos, cuyos párpados sentía más pesados que si los hubieran picado los mangangás, y me encaminé arrastrando las alpargatas hacia la cocina. Tenía frío y el cuerpo cortado de cansancio.
En torno al fogón, casi apagado, concluía de matear la peonada, y ligué tres amargos que me despertaron un tanto.
-Vamos -dijo uno, y como si no hubiese esperado sino aquella voz, nos desparramamos desde la puerta hacia rumbos diferentes.
La primera mirada del sol me encontró barriendo los chiqueros de las ovejas con una gran hoja de palma. No era muy honroso, en verdad, eso de hacer correr las cascarrias por sobre los ladrillos y juntar algunos flecos de lana sarnosa; sin embargo, estaba tan contento como la mañanita. Hacía mi trabajo con esmero, diciéndome que por él era como los hombres mayores. El fresco apuraba mis movimientos. En el cielo deslucíanse los colores volteados por la luz del día.
A las ocho me llamaron para el almuerzo, y mientras a diente despedazaba un trozo de churrasco, espié a mis compañeros, de quienes todo quería adivinar en los rostros.
El domador Valerio Lares, era un tape forzudo, callado y risueño; hubiera deseado hacerme amigo suyo, pero no quería ser entrometido. Además, nadie hablaba, porque el escaso tiempo de que disponíamos quería ser aprovechado por cada uno en forma más útil.
Concluido el almuerzo el cocinero me dijo que quedara a ayudarlo, y fueron saliendo todos hasta dejar vacío el gran aposento, cuyo significado parecía resumirse en el fogón, bajo cuya campana tomó lugar la olla, rodeada de pavas como un ñandú por sus charabones.
El cocinero no fue más locuaz que el día de mi llegada, y me pasé la mañana haciendo de pinche, los ojos constantemente atraídos por la silenciosa silueta del domador, que, vecino a la puerta cosía unas riendas de cuero crudo.
Debía ser ya cerca del mediodía, cuando oímos unas espuelas rascar los ladrillos de afuera. La voz de Valerio saludó a alguien, invitándolo a que pasara a tomar unos mates. Curiosamente me asomé, viendo al mismo Don Segundo Sombra.



Don Segundo Sombra-Cap IV (fragmento)

Ricardo Güiraldes (1886-1927).


Foto: Don Segundo Ramírez (inspirador de la novela )

http://www.sanantoniodeareco.com/turismo/historia/historia/don_segundo_sombra-ricardo_guiraldes/index.htm



lunes, 9 de marzo de 2009

RAMILONGA




Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais
 
Chega em ondas a música da cidade
Também eu me tranformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
 
Ramilonga, Ramilonga
 
Sobrevôo os telhados da Bela Vista
 Na Chácara das Pedras vou me perder
Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim
Nunca mais, nunca mais
 
O trânsito em transe intenso antecipa a noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
 
Ramilonga, Ramilonga
 
O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais
 
Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
 
Ramilonga, Ramilonga
 
Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, Ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais
 
 
 
Do alto da bronze eu vou pra cidade baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
 
Ramilonga, Ramilonga
 
Vaga visão, viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais.